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(Des)Valorização do artesanato - parte 2



Olá! Continuei minha  pesquisa sobre artesanato e quem os faz para tentar entender um pouco sobre a desvalorização e o preconceito que a arte sofre.
Nas fotos são dois trabalhos que não fiz, mas que tive acesso pela vó que é uma grande amante do feito à mão. Ambos os trabalhos estão lindos, delicados e perfeitinhos. O que eu quero ressaltar é a diferença entre as pessoas que fizeram.

Ao lado, é um trabalho feito por uma pessoa que não tem artesanato como fonte de renda. É um pano de copa, com tecido nobre e vários detalhes. Feito em vagonite com aplicação de renda, fitinha temática.


Aqui, à direita, temos o trabalho de uma artesã que tem o artesanato como fonte de renda direta. Dá para ver que é um trabalho lindo, delicado, com avesso perfeito. Mas, o tecido é de baixa qualidade (não serve para secar a louça, que é a função da peça) e notamos também uma incrível diminuição de detalhes.




Ressalto que essa é só a minha opinião.
Em questão de preço de venda, acho que todas sabemos qual vale mais né? Mas é tão errado que chego a ficar sem palavras para escrever, a pessoa do segundo trabalho, a que precisa vender para viver não tem tempo ou dinheiro para incrementar o trabalho e por consequência tem um preço de venda menor em relação a outra artesã.
A artesã da primeira peça, usa o artesanato como renda complementar e até terapia e acaba conseguindo cativar mais atenção e um preço de venda muito maior. Eu me pergunto se a primeira artesã decidisse tornar o artesanato como renda principal, será que a qualidade iria cai? A demanda seria tanta que ela não teria mais tempo de criar sobre o básico? E não trazendo novidades, seria ela obrigada a baixar o preço?

O que é visível é que atualmente não se dá para viver como artesã somente e é exatamente isso que gostaria de mudar. Eu e a Vanessa estamos conversando sobre uma possível campanha e adoraríamos mais companheiras para elaborar, se for do interesse de alguém :) deixe um comentário ou mande um e-mail.

15 comentários:

  1. Ola, o meu nome é Catarina e sou de Lisboa.
    Por cá também acontece o mesmo, faço ponto cruz à quase 20 anos e vendo muito pouco, faço para mim e se alguém gostar vendo. Encomendas são 2, 3 por ano no máximo. É o que dá ser perfeccionista (=careira)no bordado. Uma amiga minha, farta-se de vender, são encomendas atrás de encomendas, mas não tem a mesma perfeição (ela própria o reconhece), mas é mais barato assim... Eu prefiro não vender, do que vender ao desbarato. E sim, acho que se o artesanato fôr o principal rendimento, a qualidade baixa.. Vejo pela minha amiga, com prazos a cumprir, 'esquisitices' das clientes, não é fácil conciliar o trabalho/casa/filho com o artesanto.
    Beijinhos,
    Catarina

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  2. Olá Rafa
    Eu uso o artesanato como fonte de renda e nem por isso a qualidade dos meus produtos caem como vc mesma já pode ter notado no meu blog e coloco o meu preço e pronto quem desejar comprar tem que me valorizar agora se desejar comprar mais barato e ter algo que não vai durar ou até mesmo ser útil vá procurar em outro lugar ,pois sempre faço do meu artesanato uma porta de entrada para outras oportunidades como amizades e clientes fiéis e graças a Deus amiga tenho clientes de longa data e vendo sem precisar desvalorizar minha arte,mas tbm tem aquelas pessoas que querem o barato e digo que o barato sai caro e que se for para lhe vender algo que me trará problemas futuros prefiro não vender , pois a melhor ou a pior propaganda é a do boca a boca ,se uma cliente não gostar do que fiz com certeza perderei muitas outras clientes e vice - versa, e assim vou indo .
    Mas vale também ressaltar que há aquelas artesãs que querem vender muito além do que valem , e que as vezes as pessoas tem vontade de encomendar/comprar algo mas nem perguntam o preço pois já viu por ai preços absurdos e talz ,oque também de uma certa maneira dá uma atrapalhada ,acho que isso acontece com tudo é como a pirataria só existe porque tem quem compre mesmo sabendo que poderá dar problemas como os Dvds que acabam com os aparelhos,os brinquedos que tornão-se perigosos para as crianças,os óculos que estragão a visão e talz.
    Mas muitas pessoas que só pensa no agora e depois claro se arrependem .
    E como já disse tô dentro da campanha é só dizer no que estão pensando que me incorporo nela rrsrsrsrsr
    MIL BJIM

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  3. Que interessante, muito bons os pontos de vista que vcs levantaram. Apesar de no momento eu não ganhar a vida como artesã, tenho interesse sim em acompanhar suas discussões com a Va e tentar ajudar de alguma forma!

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  4. Oi, Rafa!
    Bem, são pontos interessantes para se pensar. Podemos dizer que essa pode ser a situação da maioria das pessoas que tem o trabalho artesanal como fonte de renda (será? precisamos investigar!), mas posso dizer que conheço algumas artesãs que sobrevivem apenas da renda do artesanato (sustentam casa e filhos sem ter outra fonte de renda), prezam pelo trabalho bem feito, com atenção aos detalhes e com uso de bons materiais. Qual é a representatividade dessas pessoas num contigente tão grande de artesãos brasileiros? Talvez, essa porcentagem seja pequena (ou não)... Enfim, essa área também carece de estudos de universidades e de outras instituições de pesquisa ou, no mínimo, carece de visibilidade destes estudos se é que eles existem. Essa questão mais conceitual do que é o trabalho feito à mão e do seu lugar na nossa sociedade é muito importante.
    Nas universidades brasileiras, já contamos com cursos superiores de gastronomia e dança (este último temos na Ufrgs). Quem sabe o processo criativo do trabalho feito à mão (em objetos utilitários e decorativos) tenha um dia um curso específico?
    Pela minha experiência pessoal de artesã, quanto ao tempo e materiais despendidos na confecção de uma peça e seu preço final, posso dizer que há público para tudo. Eu opto pelo detalhamento, por um bom acabamento e uso de bons materiais. Ou seja, faço minhas peças para vender como se as fizesse para meu uso.
    Porém, há pessoas que procuram preço baixo mesmo que a qualidade não seja tão boa... Eu não recrimino o artesão que opta por esta via, pois está atendendo as necessidades de um público específico de consumidores.
    Talvez, o que é mais preocupante é a visão que o artesão tem de si mesmo. Há artesãos que acreditam que essa é a única forma de se ter sucesso: vender peças a baixo custo com qualidade duvidosa. Não é! É apenas uma das formas e não a única! Pois, como disse antes, conheço gente que se sustenta com trabalho de qualidade excepcional.
    Acredito que a desvalorização do artesanato é multifatorial: em parte, o próprio artesão não reconhece a dignidade e o valor do próprio trabalho; em parte, é uma tradição cultural preconceituosa que desqualifica o trabalho manual, separando o potencial criativo da técnica pura simplesmente; em parte, é a falta de atenção de estudiosos e pesquisadores em relação a esse novo segmento da economia que cresce muitas vezes sem registro; em parte, é o momento histórico em que vivemos, no qual o produto descartável é visto como grande sacada comercial e se torna acessível a um número cada vez maior de pessoas...
    Acho que podemos sim fazer algo em prol da valorização do feito à mão! Em especial, podemos levantar mais questões sobre como o artesão brasileiro se vê, como constrói a sua própria imagem, como apresenta o seu produto, como se interessa em soluções novas para seu cliente, como vê a importância do seu produto na sociedade em que vivemos.
    Beijos,
    Vanessa

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  5. Nossa! Essa discussão vai longe! E é ótima!

    Pelos pontos de vista mostrados aqui, nota-se que o artesanato para a venda pode ser tanto muito bem acabado e de boa qualidade, quanto de baixa qualidade e feito sem muita preocupação que não a de produzir quase que em série (produção em série, para mim, desqualifica o artesanato que tem implícita a ideia de unicidade, exclusividade). São escolhas, como alguém (acho que a Vanessa, acima) já disse.

    Artesanato pode ser muitas coias. Entro em blogs (quando tenho tempo, cada vez mais raro, ultimamente) que me encantam pela delicadeza dos trabalhos, dos acabamentos. Entro em outros que, ai, francamente, por mais feio que seja dizer, são verdadeiros trens fantasmas! É um susto atrás do outro! Mas, claro, se a autora do trem fantasma for inquirida, vai dizer que o que faz é bonito, sim, senhor. Tudo depende de gosto (bom ou ruim... em alguns casos, simplesmente péssimo!). Depende da recepção de quem consome o bem. Tem tudo para todos os gostos, todos os públicos, todos os bolsos...

    Gosto de trabalhar com materiais finos. Comprei, dia desses dois cortes de 40 cm de tecido para fazer umas coisinhas e paguei R$ 130,00. Reconheço que posso porque não tenho filhos, tenho poucos gastos e de vez em quando, chove na minha horta de jornalista revisora de texto. hehehe... Mas bom-gosto independe de material, penso. A Isadora, por exemplo, fez um coraçãozinho de tecido LIIIIINDOOOOO com pedacinhos de pano dentre os quais, disse-me ela, tem chita, até! Mas a mistura, o modo como foi feito, deu aquele ar de combinação propositalmente rústica que acaba por ser refinada! Eu vou pelo mais óbvio, a Isadora, que tem mais habilidade, foi pelo caminho mais tortuoso e conseguiu uma peça refinada. Há que se ter qualidade no que se faz, mas também bom-gosto e uma certa genialidade para juntar coisas e atingir um belo resultado. É como na culinária... Bons ingredientes dão bons pratos, mas o modo como se junta tudo e se trabalha a massa, o tempero faz uma difereeeença!

    Via de regra, noto que as pessoas tendem a querer pagar um pouquinho (ou um montão) menos do que determinada peça vale. Ninguém regateia na loja, seja a Louis Vuitton, seja a Marisa, mas todo mundo quer "descontinho" na loja de artesanato ou na amiga que "faz umas coisas lindas e é tão jeitosa para trabalhos manuais". A vingança das artesãs é saber que a Hermès, por exemplo, uma das mais sofisticadas e caras lojas francesas de bolsas, malas e ítens de couro, nasceu e mantém a produção unicamente manual. São artesãos escolhidos a dedo que trabalham só para a loja e produzem peças cobiçadas no mundo inteiro, tremendamente caras (e lá ninguém regateia!). Há fila de espera de anos, o material se mantém sempre com a mesma ótima qualidade. É artesanal, mas virou grife e só em 2009 chegou ao Brasil, festejadíssima pelos muito ricos de São Paulo capital. É artesanato, é luxo, é caro e é reconhecido.

    Vanessa falou de universidades que ensinem artesanato. Verdade! Em muitos países, isso é realidade. Nos EUA e na Inglaterra, isso é naturalíssimo. Aqui, muita gente estranha até os cursos de gastronomia. Quero fazer um e minha mãe me disse: "Ué, vai deixar de ser jornalista para ser cozinheira? Cruzes!" Imagina só uma universidade de trabalhos manuais, o que o povo ia dizer a respeito! Huahahaha! Ô mentalidadezinha, a nossa aqui no país, hein!

    (cont)

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  6. (cont)
    O preço baixo em coisas feitas a mão é fenômeno da nossa época, é do paradigma desse tempo em que vivemos. Depois da industrialização (lááááá no século XVIII), não adianta, o que tem valor é o que é produzido em série, industrializado. Feliz o Mohamed da novela (ainda acho o Sayd um gatãããão! Huahah!) e o povo do Oriente Médio que ainda enxerga bem o valor das peças feitas manualmente, gastando tempo. O mesmo tempo que, desde a industrialização, começou a ser tão mal remunerado (o conceito da mais-valia, desenvolvido muito bem por Marx, tem tudo a ver com tempo, se quiser, pesquise a respeito). Tempo é o que é mal remunerado aos operários, é o tempo que ninguém tem (porque se trabalha muito para o próprio sustento, ou para pagar luxos da sociedade de consumo). E a função manual foi tão desvalorizada, graças às máquinas, que, note, só ao abrir o jornal e ver salários oferecidos a diferentes funções, todas as profissões ligadas ao intelecto, ao raciocínio, são mais bem remuneradas do que aquelas que exigem as mãos, o movimento das mãos. Por isso no Brasil, todo mundo quer ser "dotô", fazer faculdade, mesmo que se saia de lá tão ignorante quanto se entrou (de novo, questão de qualidade!).

    Como tudo que vai a extremos, acho que um dia isso vai mudar. Talvez o artesanato ganhe mais destaque, seja reconhecido e os preços melhorem para a artesã. Um exemplo disso já começa a aparecer. É tanta gente querendo ser "doutor", querendo maquinar em profissões "mentais" que começam a faltar gente para mexer com as mãos. Não conheço nenhuma filha de costureira que queira seguir a profissão da mãe, nenhum filho de pedreiro que deseje o mesmo que o pai. Por isso é muito engraçado ver que em São Paulo, por exemplo, há falta de padeiros. Algumas padarias já oferecem salários de R$ 2500,00 a padeiros sem muita experiência, enquanto jornalistas recém-formados ganham em uma redação, em média, R$ 1200,00 se tanto! Acho que o mundo está impondo necessidades. Já voltamos à moda vintage, os brechós começam a ser valorizados, talvez não custe muito para que peças feitas a mão sejam olhadas com melhores olhos.

    Quanto à campanha, fale mais dela. Interessei-me por saber como ajudar.

    (Putzgrilaid! Como eu escrevo, caraca!)

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  7. Oi Rafa, amei o post e também concordo com você.
    Já vendi muitos panos de pratos bordados e com acabamento em crochê para turistas, minha sogra levava para um hotel onde ela trabalhava como maitrê e eles pagavam o preço que eu pedia pois gostavam do meu trabalho feito com dedicação e matéria prima de primeira. Hoje minha renda vem basicamente de artesanato e anúncios dos blogs e fico feliz em fazer o que gosto e ter clientes que pagam o que peço pois gostam da qualidade do que faço. Mais nunca participei de feiras, acho que elas desvalorizam demais nosso trabalho pois as pessoas acabam abaixando demais o valor das peças por conta da concorrência.
    Vim convidar você pra ver minha entrevista na Manu, neste link:
    http://www.ateliemanoelanunes.com/search/label/Rose%20Oliveira
    Beijinhos:)

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  8. Oi Rafa,
    Passo por essas situações no meu dia a dia, já que decidi fazer do artesanato minha fonte de renda.
    Já ouvi:" É caro seu produto, achei quem faça mais barato...."
    Aprendi que tem cliente para todo mundo, mas não foi fácil. No início eu corria dar desconto, mesmo cobrando já barato com medo de não pegar o serviço. Depois me arrependia afinal fazer uma peça e fazer 20 ou 30 iguais, da exatamente o mesmo trabalho uma vez que é tudo manual....e ainda é mais cansativo fazer peças repetidas e acabamos muitas vezes com dor na mãos pelo movimento repetitivo da tesoura por exemplo....mas as pessoas não se dão conta disso. O cliente não entende.
    Hoje dou mais valor ao meu trabalho, ao meu tempo.
    Vejo mesmo muita gente cobrando valores absurdamente baratos, então porque será que fazem isso? Não precisam do dinheiro, não acham que da trabalho, tem medo de perder cliente se aumentarem o preço ou simplesmente não valorizam seu trabalho?
    O fato de vender através da internet, deixa ainda mais interessante pelo seguinte: O artigo é artesanal, manual, mas o cliente compra com os olhos! Ele só vai tocar quando receber o produto em sua casa, ou seja, a pessoa que escolhe a peça, além de prestar muita atenção nas fotos do produto dá ao artesão um enorme voto de confiança! Essa confiança não pode ser quebrada com um produto feito as pressas, sem qualidade ou com acabamento ruim e matéria prima sem qualidade.
    Quem vende muito mais barato atrapalha? Sim! Infelizmente muitas pessoas só vão pelo preço.
    São muitos tópicos a se observar, da para escrever sem parar, rsrs, mas a cultura das pessoas é outro item interessante. Morei quase dois anos no nordeste, vi muita gente vendendo artesanato na calçada por preços muito baixos, e o mesmo colar ou cerâmica na loja do shopping, para turistas por dez vezes o valor....Tem gente, que não para na rua para comprar com pessoas simples, mas entra no shopping e paga o que for para dizer que trouxe um artesanato do nordeste.
    Aí você entende que em muitos casos não estão dando valor realmente ao artesanato e sim ao fato de mostrar que se "viajou e comprou". Vira um objeto de ostentação. Mas acho que aí já damos pano pra outras mangas....
    Enfim, existem sim aquelas pessoas que apreciam um produto de qualidade, um trabalho feito a mão, com carinho capricho e que dão seu devido valor. São esses clientes que devemos conquistar.
    Bjs
    Luciana

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  9. Nossa que discussão boa!
    Eu faço artesanato por puro prazer, mas ultimamente algumas pessoas têm pedido para eu fazer encomendas. Acho muito difícil colocar preço no que eu faço. Geralmente dou uma pesquisada no Elo 7 e cobro uma média de acordo com o mercado. Desde que me entendo por gente, ganho por hora trabalhada (aula-hora, sou professora). Quando faço trabalhos de consultoria para editoras calculo se será lucrativo ou não baseado no quanto vou ganhar por hora trabalhada. Se levei 3 horas para traduzir um texto e cobrei x reais, vou avaliar meu rendimento com base em x/3. Assim o artesanato não é para mim de jeito nenhum uma atividade lucrativa. Estou adorando fazer encomendas, acho o máximo as pessoas gostarem tanto do que faço a ponto de quererem pagar por isso, e é bom ganhar um dinheirinho, ainda que pouco, com algo diferente do que faço há quase vinte anos. Mas realmente, lucro financeiro não há, mesmo porque eu me esmero, gasto muito mais tempo querendo caprichar no acabamento e tals. Só que vem a questão que a Vanessa levantou uma vez quando estávamos trocando emails: e o prazer embutido nessa atividade, quanto custa? Eu estava justo agora pensando nisso. Arrumei uma tradução-relâmpago para fazer no fim de semana, pois tenho que comprar o leite do menino e a ração dos gatos e da cachorra rsrsrsrsrs... Estou aqui o fim de semana inteiro sentada no computador, sem poder dar quase nenhum pontinho, achando isso a vida mais de corno que alguém poderia ter. Só mesmo pelo dinheiro. Mas quando fico o fim de semana inteiro debruçada na máquina de costura, mesmo que seja para ganhar um dinheirinho irrisório, não acho isso vida de corno de jeito nenhum. Ao mesmo tempo penso: e se eu fizesse todo dia, direto, várias peças por dia, para sobreviver? Será que eu não enjoaria? Tenho uma amiga que uma vez conheceu uma senhora que sustentou os filhos com crochê, quando se aposentou não chegou mais perto da agulha de jeito nenhum!
    Esse papo vai longe!

    PS Carla, para de elogiar meu coração senão vou ficar metida e acabar colocando a venda pelo preço de uma bolsa da Hérmes!

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  10. Olá, meninas!

    Tem assunto para este tema!
    É complicado, acredito que de 10 orçamentos passados acabo fechando apenas 02 ou 3 no máximo, mas só nós sabemos o trabalho que é o feito à mão, não gosto de fazer por fazer, gosto de me dedicar!
    Desconto até dou na medida do possível quando o número de peças é grande, mas o mesmo trabalho, carinho e dedicação de uma vai para as outras demais peças, não dá para fazer a preço de banana, uma vez que nem banana está barato hoje em dia.
    Quando iniciei era apenas por hobby, mas atendendo a pedidos hoje eu vendo artesanato, porém não é minha fonte de renda.
    Se não fosse o maridão as contas acumulariam...

    Mas se forem fazer a campanha, podem contar comigo para divulgar.
    Seria interessante, além de texto fazer um banner.
    Bjs,

    Joyce

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  11. Olá, tudo bem ??
    Concordo com vc, é muito complicado e injusto até, eu diria. Adoro o croche, e gostaria muito de viver somente com os trabalhos que faço com prazer e dedicação. Mas...
    Acabo vendendo meu trabalho para amigas e pessoas da familia que curtem o que faço, mas seria tão bom se estes trabalhos que fazemos com tanto carinho fosse mais valorizados.
    Achei tão bom ver uma colega de agulhas, falando neste tema, estou levando seu blog comigo, se puder visite o meu !!!
    Grande abraço, muito sorte e paz.

    Marcia

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  12. Olá Rafa,
    Vi o post da Joana no Agulhas e Pincéis e vim dar um pitaco.Sou tricoteira amadora e consumidora de produtos artesanais via Elo 7.Depois que retomei o tricô,vi o quanto qualquer coisinha exige de paciência e dedicação pra ficar pronta.Como consumidora,percebi que são profissionais aqueles que além do talento,capricham e valorizam suas peças,mostrando atenção,preocupação ao atender às encomendas,diferentemente daqueles que "desvalorizam" o trabalho,com matérias primas e técnicas de 2ª e querem apenas vender,não agradar.Fonte principal ou secundária de renda,não é pra qualquer um.É o eterno dilema de qualquer arte numa sociedade capitalista.

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  13. Rafa diante de todos os comentários ,alias nunca vi tantos depoimentos claros ,precisos e longos como esses acima é sinal que o assunto atinge a todas nos que fazemos artesanato,de uns tempos para cá decide fazer só para a família e amigos que dão valor ,não que não precise, pelo contrário,valorizo meu trabalho e me valorizo,por aí vc imagina o que já passei de raiva.....Abraços..Mara Lúcia

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  14. Visitando o Agulhas e Pincéis, fiquei sabendo do seu blog. Sou carioca e moro em São Luís, e ao chegar aqui senti um contraste imenso quanto a valorização do artesanato, é diversificado porém as pessoas não se importanto tanto com a qualidade dos seus trabalhos, e ao tentar vender algumas peças que havia produzido vi a tal realidade pois o que mais ouvi, foi que os meus trabalhos eram caros demais. Não quero ser melhor do que ninguém, porém tenho prazer em admirar o resultado do meu esforço.hoje o artesanato para mim é somente de uso próprio e para presentear alguém querido. Quem sabe um dia as pessoas tenham uma outra visão!!! Um cheiro. Cláudia

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  15. Olá
    Postei em meu blog www.biscuitcomarte.blogspot.com algo referente à esse tema e resolvi fazer uma pequena pesquisa sobre o assunto, pois sou Artesã e sinto na pele o que seu post mostra. Concordo plenamente com sua campanha e estou dentro dela sem dúvida alguma. Precisamos valorizar nosso trabalho.
    Bjs no coração.

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Obrigada por comentar! :D

Ok